sábado, 26 de outubro de 2019

OS TRABALHOS DO ESTÚDIO



Estão sendo acelerados os trabalhos do estúdio da Rádio Difusora de Mossoró, à rua 6 de janeiro.
Seus diretores atuais não têm encarado sacrifícios no que possa concernir em dotar a cidade de uma emissora à altura desejada.
Esta foi a impressão que tivemos quando em dias da semana visitamos aquela emissora, onde se desdobram seus dirigentes numa eloqüente demonstração de trabalho”.
Os dias que antecederam a inauguração da Rádio Difusora de Mossoró foram de muita ansiedade. Para abrilhantar a inauguração, que aconteceu no dia 7 de setembro de 1950, um grande show fora marcado para as 20h.
Cinco dias antes da inauguração, no caso em 3 de setembro de 1950, o jornal O Mossoroense trazia a seguinte matéria:
“A Rádio Difusora de Mossoró será inaugurada quinta-feira:
A partir das oito horas a emissora estará no ar
Os principais elementos artísticos da terra tomarão parte de um grande show às vinte horas.
Um marcante acontecimento, de marcante projeção para a vida da cidade será, sem dúvida, a inauguração da Rádio Difusora de Mossoró, marcada para o próximo dia 7 de setembro.
Ao que colheu a nossa reportagem, constituindo uma das mais expressivas comemorações ao Dia da Independência do Brasil, a ZYI 20 – Rádio Difusora de Mossoró iniciará nesse dia suas atividades no BROADCASTING nacional, com a apresentação de um amplo programa, constante do seguinte:
8h - Ato inaugural com benção de suas instalações e preleção alusiva pelo reverendo D. João Costa, Bispo da Diocese de Mossoró.
20h - Grande show em que tomarão parte vários elementos de seu cast artístico, dentre os quais Manoel de Sousa Queiroz, Dalva Stella Freire, Josué de Oliveira, Dayse de Melo Pinheiro, Maria Neusa Freire, Maria Aparecidade, Maria Laura da Silva, a jazz e conjunto regional da emissora.
Durante todo o dia estará no ar a ZYI 20, com um programa de estúdio patrocinado por várias firmas do nosso comércio.
Assim, em 7 de setembro de 1950, seria inaugurada a Rádio Difusora de Mossoró, marca pioneira na cidade chancelada por seus fundadores, sendo eles PAULO GUTEMBERG, MILTON NOGUEIRA DO MONTE e JOSÉ RENATO COSTA.
Sobre o show de inauguração, especificamente, o professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e presidente do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP), Wilson Bezerra de Moura, escreveu em 25 de agosto de 1998, em sua coluna Reminiscências, o seguinte:
“Ainda sobre a inauguração da Rádio Difusora de Mossoró, ocorrida em 7 de setembro de 1950, em meio à grande festa, terminando com um show às 20h, com artistas da terra, cujos nomes já mencionamos em artigo anterior.
Retornamos ao assunto, porquanto algumas dessas figuras envolvidas nesse ato solene merecem ser lembradas porque fizeram parte de uma história que passou e que muito dignificou a cidade, por suas participações na vida empresarial, política e social.
Perante um público bastante seleto, as bênçãos do transmissor localizado no alongamento da Avenida Cunha da Mota, bairro Pereiros, o bispo de Mossoró, dom João Batista Portocarrero Costa, proferiu o ato cerimonial. Estiveram presentes os deputados Vicente da Mota Neto e Mário Negócio, o primeiro da representação federal e o segundo estadual, com acentuada atuação no Estado e, principalmente, em Mossoró, além do vereador Jerônimo Vingt Rosado Maia; juiz da comarca de Mossoró, dr. Zacarias Gurgel da Cunha; médico João Marcelino de Oliveira; banqueiro Sebastião Fernandes Gurgel, que dominou o comércio creditício da cidade de Mossoró, com sua Casa Bancária S. Gurgel, sucedendo-o nessa atividade o seu filho Raimundo Gurgel, conhecido por todos como Bibio Gurgel.
Ainda presente o industrial Raimundo Juvino de Oliveira, professor Vingt-un Rosado, presidente da Rádio Difusora de Mossoró e representante do prefeito na solenidade, e Lauro da Escóssia, diretor do jornal O Mossoroense, foi destaque no momento. Registrou-se na ocasião as presenças dos empresários Renato de Araújo Costa e Pedro Fernandes Ribeiro, além do dr. Paulo Gutemberg de Noronha Costa, superintendente da emissora. O dr. Paulo Gutemberg foi uma figura notável no mundo intelectual, com a participação nas atividades culturais da cidade. Um grande jornalista, um bom advogado, um homem de letras era o Paulo Gutemberg.
Foi orador oficial o professor Vingt-un Rosado, que naquela época já era considerado um batalhador da cultura mossoroense. Em sua oratória ele assim se expressou de início: “O governador da cidade confiou ao diretor-presidente da Rádio Difusora de Mossoró S/A a incumbência honrosa de representa-lo nas festividades desta hora.
Mais adiante fez referência a determinadas figuras notáveis com a seguinte expressão: “Haveremos de precisar as forças que se compuseram para os limites da crônica simples de uma sociedade, para a história maior do município. Entre esses nomes Jorge de Albuquerque Pinto, Bruno Nogueira, Genildo Miranda, José Monte, Luiz Gonzaga, Garibaldi Noronha, Tiburtino Costa, Orlando Cosme e Francisco Nunes, estes confirmaram a tradição explêndida do espírito da iniciativa mossoroense.
Dentre tantas, foram estas as palavras do professor Vingt-un Rosado, completando a sua alusão a nomes, referiu-se à comissão responsável pelo levantamento do capital de quatrocentos mil cruzeiros para formação da sociedade, cuja comissão era composta de Jorge Pinto, Dix-huit Rosado, Bruno Nogueira, e José Monte, disse afinal de contas que a responsabilidade recaiu decerto na diretoria da sociedade, nas pessoas dos senhores Pedro Fernandes Ribeiro, Reginaldo Paiva, João Rebouças e Enéas da Silva Negreiros.
Então, há 46 anos passados, registrou-se esse acontecimento que teve compensado o esforço com a atuação da ZYI 20 até nossos dias (...).
Rádio Informativo e Educativa
Nos seus primórdios, a Rádio Difusora ficou notabilizada pelo esforço hercúleo do entretenimento. Apoio ao segmento artístico-cultural fazia parte de sua conduta, tendo como forte alicerce as cabeças-pensantes de seus criadores-fundadores.
Foi a convite da Rádio Difusora que grandes nomes do cenário musical por aqui aportaram, tais como Luis Gonzaga....
Em momento de nostalgia, escrevia a colunista social Ivonete de Paula, a 8 de setembro de 2000, em seu espaço no jornal Gazeta do Oeste. Eis o texto na integra, que tinha como título “Difusora 5.0”:
O país de Mossoró teve, e terá sempre, uma plêiade de homens empreendedores que se antecipam ao seu tempo. Desses, nasceu, há 50 anos, a Rádio Difusora de Mossoró. Na época, com equipamentos de ponta, num espaço físico em nível de rádios de grandes centros nacionais. E com um cast de talento que marcou a história da radiofonia estadual.
Revendo, ontem, na Difusora, encontramos a união de cabeças culturais: Paulo Gutemberg, Genildo Miranda e Renato Costa, afora tarefas administrativas, ia buscar lá fora (Rio, São Paulo), permanentemente, o modelo de rádio informativa e educativa. E produzia e apresentava Página de Diário. Abordando temas nacionais de interesse local, Genildo Miranda: uma voz privilegiada, produzia e apresentava Notícias da Cidade. E o Vesperal das Moças, auditório do Cine Caiçara lotado. Renato Costa, o dono da chave do cofre, investia pesado na aquisição de modernidades para a Difusora.
Entre programas de audiência absoluta na Difusora, esquecer, jamais, Rádio-novela. Entrego a quilometragem. Um dia, parada com um grupo na calçada do Caiçara, Genildo Miranda passou, olhou e convidou a todos nós a um teste para compor o elenco da Rádio-novela. A colunista foi aprovada e ficou um ano Condessa de Castel Frank', da novela Um Grito ao Longe'. Todo elenco batia nacionais: José Maria Madrid, Ely Mendes, Rita Mangabeira e eu. E outros.
Depois: outros grupos assumiram a pioneira. Novos ventos. A vida não parou. A Difusora quase deixa de ser a estrela da radiofonia local: política, concorrência e a febre televisiva em branco e preto dos anos 70. Mas a trajetória da Rádio Difusora, apesar de alguns percalços, é bonita. Orgulha Mossoró ansiosa de ser grande.
Depois de Leonora, de Castel Frank, retorna à Difusora Ivonete de Paula. Com Encontro. Crônica social. Foi forte. Ainda hoje, pais e filhos pedem o retorno de Ivonete de Paula ao Rádio, com assiduidade. A voz. Imagine não tivesse o desamor de ficar olhando a fumaça no ar se perder. Foi Deus quem deu voz ao vento.
Retornando à viagem de começo, a colunista pede licença ao céus para um amém a Paulo Gutemberg de Noronha Costa (até o nome é chic ),a Genildo Miranda e a Renato Costa. Eles estão no bronze de minha memória. E voltoà terra com o aplauso aos talentos Difusora Anos 70: J. Barbosa, J. Belmont, Givanildo Silva (até hoje gogó de ouro e inteligência muita), Paulo Bertrand, Coronel Pereira, Edmundo Torres, Edmilson Lucena, Assis Cabral, Antônio Martins, Patrício de Oliveira. Esse jingle foi da cabecinha do patrãozinho, (com carinho) Ângelo Augusto Fernandes. E desta mesma safra de massa efervescente, o mano em Cristo, Nilo Santos.
Todos nós, hoje, somos uma amizade indispensável uns aos outros. Para o bom funcionamento da memória e integridade do próprio eu de cada um de nós. Difusora. É isso. Te cuida, Mossoró de hoje. O passado foi forte, porque de homens valentes

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É PRECISO SABER USAR DA LIBERDADE. COM ELA CENSURAMOS OU APLAUDIMOS O QUE DEVE SER CENSURADO E O QUE DEVE SER APLAUDIDO. MAS NÃO PODEMOS ABUSAR DESSE PRIVILÉGIO PARA ASSUMIR ATITUDE QUE NÃO CONDIZEM COM A CIVILIDADE OU COM A DECÊNCIA. VERIFICAMOS QUE A IMENSA MAIORIA DOS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO PERTENCEM A GRUPOS POLÍTICOS, DAÍ AS "INFORMAÇÕES" NA MAIORIA, NÃO POLÍTICAS E SIM, POLITIQUEIRAS, OU SEJA, UM GRUPO QUERENDO DERROTAR O OUTRO. É UMA VERGONHA! QUEM ESTÁ NA SITUAÇÃO, O POLÍTICO PODE SER O PIOR DO MUNDO, MAS PARA EMPREGADO ELE É O DEUS DA TERRA; NO LADO DA OPOSIÇÃO, O RADIALISTA OU JORNALISTA PASSA PARA A POPULAÇÃO QUE O GOVERNO NÃO FAZ NADA, PORÉM, NO INSTANTE QUE O PODER EXECUTIVO PASSA A INVESTIR NO TAL MEIO DE COMUNICAÇÃO, ATRAVÉS DE PROPOGANDA OU DAR UM CARGO COMISSIONADO AO DONO, AÍ, LOGO JORNAL, A EMISSORA E A TELEVISÃO MUDA O DISCURSO. DAÍ, COMO FICA O COMUNICADOR QUE ANTES FALAVA MAL DE TAL POLÍTICO, TER QUE PASSAR A ELOGIÁ-LO!!!

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