Como surgiu a imprensa esportiva mossoroense
A imprensa esportiva de Mossoró surgiu efetivamente após a inauguração da Rádio
Difusora, pelos idos de 1953, oportunidade em que o cronista João Batista
Cascudo Rodrigues, atualmente uma figura de destaque no Ministério de Minas e
Energia, integrante da equipe de assessoria do Ministro César Cals, institutiu
a Associação dos Cronistas Esportivos de Mossoró
ACEM, constituindo-se no seu primeiro presidente.
A referida entidade passou por reformas estatutárias e a 27 de maio de 1956,
contando com a adesão de outros adeptos da imprensa esportiva, modificaram a
sua denominação para Sociedade dos Cronistas Esportivos de Mossoró
–SOCEM, tendo à frente, na época, o Prof. Manoel
Leonardo Nogueira, juntamente com os confrades José Antônio da Costa, Francisco
de Paula Brasil, José Genildo de Miranda, José Maria Martins de Almeida,
Antônio Martins Sobrinho e Francisco Jerônimo Lobato, que formaram a sua
primeira diretoria.
Chegávamos no ano de 1960, início de uma nova era para o nosso futebol, razão
pela qual a nossa imprensa voltava à tona.
Após a realização do pentagonal Cid Augusto Rosado, numa promoção do abnegado
desportista Zoívo Barbosa de Menezes, o esporte bretão despontava com total
desprendimento. Nada melhor então do que o apoio da mesma imprensa, para
divulgar mais ainda, as promoções que haveriam de surgir. As duas emissoras
existentes, Difusora e Tapuyo, trataram de estruturar suas equipes esportivas.
Assim é que podemos citar como precursores das jornadas esportivas da ZYI 20
(Rádio Difusora): Gim Borralho Boa Vista, José Maria Martins de Almeida, José
Antônio da Costa, Gutemberg Borges de Miranda, Luciano Pontes, Edmundo Alves de
Assis, Romildo Eufrásio Nunes, José Genildo de Miranda, José Ary e outros que
infelizmente não recordamos, foram locutores que desfilaram suas vozes pelos
famosos microfones da emissora mais antiga da cidade.
Pela equipe de esportes da tabaTapuyo, citamos: Paulo Rufino, Emerson Azevedo,
Francisco Lobato, Leonardo Nogueira, Cascudo Rodrigues, Evaldo Dantas, Flávio
Lima, José Jayme, Alfredo Pinheiro Filho, José Neto e Antonio Martins, são
nomes que nos vem a mente, sem esquecermos a figura de Enio Campos, importado
da crônica paulista.
Isto originava a primeira guerra pela audiência esportiva entre duas emissoras.
Se determinada equipe procurava aprimorar ainda mais os seus conhecimentos,
utilizando o material humano e técnico que dispunha, a outra não deixava por
menos. Bolavam novas táticas', criavam novos slogans, tudo com a finalidade de
angariar um maior número de ouvintes. De tudo isto, só germinava o fruto do
proveito, pois a divulgação se tornava cada vez mais intensa e benéfica para o
nosso futebol. O público já se acostumava a escutar narrações e não era do
agrado do mesmo se por algum motivo, no domingo seguinte, deixasse de haver
irradiação.
Em virtude do não-profissionalismo na crônica esportiva, não constituía-se em
novidade um locutor narrar uma partida por determinada rádio e na semana
seguinte se transferir para a outra. Foi justamente o que ocorreu com Paulo
Rufino. Trazido pela Difusora, da capital pernambucana, estreou com um índice
de audiência bastante considerável. Após umas três narrações, aproximadamente,
e por ocasião do término da primeira fase do jogo Ipiranga x Fluminense,
desentendeu-se com um dos integrantes da equipe ZYI 20 pelos simples fato de
haver apresentado um rápido comentário sobre determinado atleta do alvinegro e
o colega, que era comentarista efetivo, ter discordado do seu ponto de vista.
Registrada a ocorrência, Rufino transferiu-se para a Tapuyo e lá transmitiu de
imediato a etapa final da partida. Tanto esforço inútil de parte da emissora
que o trouxe. Veio com a fama para ser cedido ao concorrente sem mais delongas,
como se diz na gíria esportiva (...).
Fonte referencial: Livro O Futebol da Gente
Autores: Lauro da Escóssia, Raimundo Nonato, Manoel Leonardo e Olismar Lima
Setembro/1982
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